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Monday, June 14, 2010

Carta aberta ao Tenente Brigadeiro do Ar Ivan Frota

Carta aberta ao Tenente Brigadeiro do Ar Ivan Frota

Sobre a sua manifestação “O Ponto Limite”



Alamar Régis Carvalho

alamar@redevisao.net



Senhor Brigadeiro:



Neste 27 de junho de 2005, recebi o seu manifesto, “O Ponto Limite”, enviado por um amigo, expressando o seu desapontamento com a pouca vergonha que estamos presenciando no cenário político nacional, amplamente divulgado pela imprensa, que graças a Deus é livre, nos dias atuais, embora se registrem também alguns comprometimentos isolados em parte dela.

Solidarizo-me, sem dúvida alguma, com as dificuldades enfrentadas pela família militar, brigadeiro, todavia não podemos deixar de reconhecer que as danosas conseqüências da sem vergonhice política brasileira atinge todo o povo brasileiro, independente da sua condição de militar ou civil.

Desculpe-me o meu linguajar, que certamente não está dentro das formalidades militares, as quais conheço muito bem. É que opto por escrever de uma forma que possa ser entendida por cem por cento dos brasileiros e não apenas por pequeno percentual constituído por intelectuais, primeiro porque não sou intelectual, segundo porque optei por um ideal de vida o mais distante possível da máscara, da cultura de aparência, da hipocrisia e da demagogia, com todo respeito aos que optam por escrever de forma erudita.

Mas pode ter certeza de que o respeito não faltará, no que tenho a lhe dizer, porque respeito ao seu próximo é o mínimo que um homem verdadeiramente digno deve ter.

Não tenho nem certeza se este manifesto, abaixo, foi escrito mesmo pelo senhor ou se foi reproduzido “ipsis liters” conforme o senhor escreveu, se é que escreveu, mas, já que o que tenho a dizer são palavras com objetivos patrióticos e com responsabilidade, tenho certeza de que o senhor há de concordar.

De fato é muito triste o que está acontecendo no Brasil, é vergonhoso e até ridículo. A forma como subestimam a inteligência do brasileiro é algo extremamente repugnante. Não podemos aceitar que procedimentos como os que vêm sendo denunciados e mostrados na imprensa para todo o Brasil permaneçam e alguma coisa tem que ser feita, já, para que essa cachorrada pare imediatamente.

É como diz o Presidente: “nem que tenha que cortar a própria carne”. Esperamos que ele tome para si a autoridade que o regime presidencialista lhe outorga, tome consciência de que o povo brasileiro colocou no planalto foi a sua pessoa e não o seu partido, graças ao “excepcional carisma que ele tem”, reconhecido e referenciado pelo senhor mesmo no seu manifesto abaixo, e não permita que assessorias desequilibradas e mal intencionadas o manipulem com controle remoto.

Mas tem uma coisa que me preocupou bastante, em seu manifesto, Brigadeiro Frota. A possibilidade de uma revolução que volte a cometer excessos como ocorreram após 31 de março de 1964.

No momento o Brasil está mesmo precisando de uma revolução, não resta dúvida, mas não daquele jeito. Tem que ser uma revolução partida do próprio povo, independente de ser civil ou militar, porém com muito equilíbrio, sensatez e inteligência.

Nada de torturas ou derramamento de sangue!

Sei que os excessos pós 64 não foram cometidos pela filosofia do Exército, da Marinha e da Aeronáutica porque sei dos seus objetivos, da sua preocupação com a ordem e a Justiça, uma vez que acompanhei de perto muitas obras de relevadíssima importância social na Amazônia, já que ali vivi durante muitos anos e cheguei até a participar de alguma coisa. Só mesmo os brasileiros de inteligência atrofiada, extremamente radicais, são capazes de generalizar todos os militares como torturadores e arbitrários.

Os excessos foram cometidos por elementos perturbados, desequilibrados, recalcados e doentes espiritualmente contidos no meio militar, desde recrutas até oficiais generais, uma vez que o segmento militar faz parte também do universo humano, onde se verifica esse tipo de enfermos em todos os lugares.

Eu mesmo, como militar subalterno da sua Força Aérea Brasileira, fui altamente perseguido e torturado, no Primeiro Comando Aéreo Regional, por um coronel desequilibrado, que não conseguia controlar alguma coisa que deveria estar nascendo na sua cabeça, por conta dos seus desajustes com a sua esposa, sendo salvo graças a amizades que cultivei, mesmo sendo sargento, com vários outros oficiais superiores, entre eles o meu dileto amigo Brigadeiro Rodopiano Barbalho, que veementemente o repreendeu tamanha a sua intolerância e ódio contra mim e outros seus subordinados. Fui amigo pessoal, também, do ilustre Ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Délio Jardim de Matos, um homem do mais elevado nível espiritual. Sei separar o joio do trigo.ncia e endeu tamanha a sua intolertivei, mesmo sendo sargento, com outros oficiais superiores, entre eles o meu dileto amigo Br

São os desequilibrados que nos preocupam, Brigadeiro!

Não podemos desejar para o nosso país um novo período de censuras na imprensa, no teatro, no cinema, na arte em geral e na cultura. Não queremos mais ver nenhum capítulo de novela da Globo e de nenhuma outra televisão cortado para atender a conveniências de puritanos hipócritas ou castradores do direito de expressão.

Não queremos mais ver homens de bem, artistas, escritores, jornalistas, comunicadores e intelectuais serem confundidos com agitadores, perturbadores da ordem e terroristas, só porque não pensam exatamente como a cabeça de determinado general ou coronel que ainda vive no tempo da barbárie, defensor da cultura do “cale a boca”. O senhor sabe muito bem, brigadeiro, pela experiência de vida adquirida, que ainda existem homens semelhantes ao Tomás de Torquemada que são capazes de torturar, mandar para a fogueira, guilhotina ou o paredão, submetendo às mais perversas crueldades até a morte terrível os seus semelhantes que não pensam como eles, não apenas no meio militar, mas em todos os segmentos da sociedade, principalmente nos meios religiosos.

É desse tipo de gente que o Brasil tem medo e não quer ver nunca mais!

Não quero ser confundido, por estas minhas argumentações, como um brasileiro contrário à ordem, à disciplina e a decência porque não é possível alguém racional acreditar que a grande maioria do povo brasileiro não concorde com o senhor e com qualquer outro brasileiro quando se preocupa com a obediência à Lei e a Ordem.

Todavia não nos custa nada a troca de idéias, para que as transformações morais deste país ocorram sem torturas, sem censuras, sem arbitrariedades, sem abuso da força e sem derramamento de sangue. Elas são possíveis sem nada disso, desde que os homens exercitem as suas inteligências e criatividades, principalmente nesta época de tecnologia avançada, de micro câmeras, de “disk denúncia” e de internet.

Eu, por exemplo, disponibilizo os meus conhecimentos profissionais para desenvolver, gratuitamente, softwares de computador para que os órgãos públicos prestem contas de toda a movimentação financeira ao público através da internet, na certeza de que centenas e até milhares de outros Analistas de Sistemas, imbuídos do mesmo espírito de moralização do país, estarão ao meu lado para dentro de seis meses, no máximo, este recurso já ser uma realidade no País inteiro.

Sem precisar utilizar nenhum agente da Polícia Federal nem do antigo SNI, o próprio povo vai identificar quem serão os prefeitos, governadores, secretários de estados e municipais, titulares de órgãos públicos, deputados e senadores e políticos em geral que criarão dificuldades para que isto seja posto em prática no Brasil, o que os caracterizarão explicitamente como os verdadeiros bandidos corruptos, já que quem quer servir à Nação e não se servir da Nação, jamais discordará de uma proposta desta.

O maior monstro destruidor do País hoje, brigadeiro, muito mais perverso e terrível que as ameaças comunistas temidas em 1964, é o vampirismo dos bancos que destrói o nosso povo, que inviabiliza as empresas, por conseqüência restringindo os empregos, impedindo o progresso, já que são eles quem de fato mandam no Brasil, há um certo tempo, haja vista a manutenção das altas taxas de juros, que não surgiu neste governo, cuja justificativa das nossas autoridades econômicas, desde o Maílson, o Malan até o atual Palocci acontecem para impedir o crescimento da inflação, o que é uma verdadeira balela, já que os bilhões arrecadados por conta desses juros altos vão para eles, os bancos, e não para a Nação.

É por isto que nunca tem dinheiro para reajustar dignamente os salários dos nossos irmãos militares, do mesmo jeito que não tem também para reajustar com a mesma dignidade os salários dos nossos irmãos professores, policiais, enfermeiros, médicos que dão plantões nos hospitais públicos assim como não tem dinheiro para recuperar as estradas, manter funcionando os serviços básicos de saúde, (vide o próprio Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, onde o senhor está) e todas as necessidades básicas do povo brasileiro como um todo.

Só tem dinheiro para fazer com que o Itaú, o Bradesco, o Banco do Brasil e outros lucrem, cada um, mais de três bilhões de reais por ano, e ainda afrontem o povo brasileiro com a divulgação dessas cifras.

Creio que é contra esse vampirismo descarado, esta pouca vergonha imposta pelo poderio dos cifrões que todos temos que lutar. Será que Fidel Castro e o comunismo que, graças a Deus nem existe mais, “já era”, é coisa morta e sepultada, são mais perigosos do que isso?

Para consertar o Brasil não precisamos mais de baionetas. Com ajuda da nossa poderosa imprensa, com as imagens da Globo, da Bandeirantes, da Record, do SBT chegando instantaneamente, via satélite, em todo o território nacional, recursos que não dispúnhamos em 64, assim como a revista VEJA, Isto É, Época e os nossos maiores jornais chegando às bancas rapidamente, todo o povo brasileiro estará prevenido contra todos os males e, bem orientado, saberá agir como deve ser.

A mídia livre e independente que o senhor citou, que é a internet, já dispõe de recursos bem inteligentes para identificar os seus bandidos e piratas que infernizam o tráfego de informações, perturbando muita gente. Estamos vendo aí muita gente ser presa por prática de pedofilia, tráfego de drogas, desvios de dinheiro de caixas eletrônicos, calúnias e difamação atrás dos modens. O DEIC de São Paulo, por exemplo, está equipadíssimo para isto e trabalhando com uma eficiência extraordinária. Não será preciso restringir a liberdade da internet não.

De fato está chegando no Ponto Limite e o povo está percebendo isto.

Lutemos juntos, brigadeiro Frota, eu, o senhor, os diversos políticos honestos que existem no Congresso Nacional (graças a Deus ainda existem muitos), a imprensa e, sobretudo, o povo brasileiro para uma revolução inteligente, sem armas que torturam e matam inocentes, que é tudo o que a nossa gente quer.

Com votos de paz e harmonia sempre.



Respeitosa e lucidamente.





Alamar Régis Carvalho

alamar@redevisao.net





O PONTO LIMITE

Ten.-Brig.-do-Ar Ivan Frota *

A Nação assiste, estupefata, a um calamitoso processo de desmoralização do Executivo e do Legislativo que, por certo, se agravará com a instalação de diversas CPI para investigar casos de corrupção explícita intestina em tais componentes dos poderes da República. Essas investigações irão ressuscitar alguns e levantarão outros escabrosos acontecimentos que foram jogados para baixo do tapete, a duras penas.

Nesse triste contexto, a insatisfação das Forças Armadas atinge um elevado patamar de intolerância, com a expectativa frustrada de providências governamentais objetivas no sentido do atendimento de seus direitos, uma vez que todos os caminhos regulares já foram percorridos na tentativa de sensibilizar as autoridades.

A dimensão dessa indignação pode ser aferida, não só, pelos vários posicionamentos da cúpula militar – Ministro da Defesa e Comandantes Militares, – em defesa dos pleitos de suas corporações, como pelos fatos inusitados que surgiram no decorrer do tempo: humilhantes movimentos, historicamente inéditos, que continuam até hoje, de esposas de militares que têm de se expor em vigília pública permanente; a mídia livre e independente da Internet, que abarrota as caixas postais dos assinantes militares e simpatizantes com freqüentes, variadas e violentas manifestações, inclusive de oficiais generais inativos; e movimentos de militares menos graduados, alguns em plena atividade, que já começam a surgir, remetendo-nos a lamentáveis episódios de outras épocas – todos inconformados com o desrespeito traduzido pela explícita desatenção do Governo com a Instituição Castrense.

As características do contencioso, em que a autoridade federal faltou com a palavra empenhada, denotaram um ato de leviandade irresponsável ou uma flagrante desconsideração ao destinatário do compromisso firmado. Ambas as hipóteses, gravemente comprometedoras para os dirigentes nacionais.

Revoltados com esse estado de coisas, surgiram também pronunciamentos contundentes de personalidades isentas e não ligadas aos militares – intelectuais, formadores de opinião e, mesmo, antigos militantes extremados, que hoje repudiam o radicalismo que esposaram no passado e demonstram inconformidade com o injusto tratamento que tem sido dado à Família Militar.

O pretexto dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento de inexistência de recursos orçamentários para garantir a complementação do modesto socorro salarial aos militares, nunca foi novidade, nem surpresa para ninguém, porque a LDO/2005 foi aprovada com essa omissão, sem que tivesse havido qualquer esforço público conhecido, do Executivo, para instituir tal provisão. É óbvio que este foi um "jogo de cartas marcadas" que só poderia ter motivação política revanchista.

O que está em foco, portanto, não são somente seus direitos salariais não atendidos, embora seja esta uma questão crucial para a Família Militar, mas, sim, a dignidade das próprias Forças Armadas de TAMANDARÉ, CAXIAS e EDUARDO GOMES que, devido à publicidade já dada ao tema, suscita sérias dúvidas na Sociedade, quanto ao respeito que se dão a si mesmas, ao aceitarem ser tratadas como grupo social de segunda classe.

Nesse ambiente governamental confuso e sem controle, onde prolifera o odor nauseante dos desmandos e dos conchavos de corrupção, a Nação já está dando mostras de que não confia mais nos quadros que detêm o Poder, sendo que a surpresa inicial já se transformou em triste desengano, onde nem o excepcional carisma pessoal de Luiz Ignácio Lula da Silva poderá resistir a esse fantástico desastre político.

Assim, o País haverá de estar alerta para adotar um comportamento preventivo, a fim de evitar que setores desesperados com a perda do Poder possam lançar mão de alianças espúrias com entidades nacionais radicais, numa tentativa de conquistar apoio das massas populares menos informadas e, assim, conseguir recuperar força política para aplicação em eventuais ações sociais extremadas, sob o "guarda chuva" político da liderança e do carisma do Presidente.

Tudo isso soa de forma muito estranha. Quais seriam os verdadeiros objetivos de todos esses acontecimentos? O que pretenderiam determinados grupos de pessoas encasteladas no Governo? Levar o País ao caos, novamente? Poderia estar em marcha um maquiavélico plano de desestabilização institucional com vistas à implantação de uma ditadura neocomunista, com o apoio de movimentos sociais radicais?

E a recente nomeação de uma ex-guerrilheira para a chefia da Casa Civil, chamada pelo ministro que sai de – "minha camarada de armas" – que significado teria? Esperemos que seja somente figura de retórica, apesar do histórico extremado e revolucionário da personalidade que ocupa agora esse vital cargo.

Saibam, entretanto, os eventuais aventureiros, de hoje e de outras épocas, que as Forças Armadas, estarão vigilantes, do lado da lei e da ordem, como historicamente sempre o fizeram, para, se necessário, mais uma vez, impedir que se instale o definitivo descontrole das instituições nacionais – estratégia, possivelmente, perseguida por irresponsáveis inocentes úteis domésticos, bem como por alguns interesses internacionais.

Esteja tranqüilo o Povo brasileiro. Não serão míseros 23% de salário que desviarão os militares de sua nobre destinação, apesar de se sentirem, neste momento, abandonados e desconsiderados pelo Governo Federal e por seu Comandante Supremo.

A verdade, porém, é que estamos chegando muito próximo do PONTO LIMITE e, este alcançado, tudo poderá acontecer. As insanidades de alguns atingiram um perigoso nível de ebulição, comprometendo gravemente a estabilidade nacional.

Não dá mais para protelar a adoção, pelo Presidente, de um posicionamento enérgico e decidido para demonstrar à Sociedade que, finalmente, reassumiu as rédeas do Estado Brasileiro. Ele precisa reconhecer que aconteceram sérios deslizes em setores públicos federais, abandonando a dúbia posição de tentar justificá-los. Se houver fraqueza nessa atitude, aí, sim, a pessoa do Presidente poderá se ver, perigosamente, envolvida nesses lamentáveis acontecimentos.

* - Presidente do Clube de Aeronáutica
Rio de Janeiro, 23 de junho de 2005.



Em seguida a Resposta do Brigadeiro à minha carta



Presidente CAER disse:


Caro companheiro.


Ao escrever o artigo - O ponto Limite - em nenhum momento pensei em provocar revoluções armadas e, sim, em preveni-las e evitá-las, antes que seja tarde demais. Os incendiários são alguns membros do atual governo que, ao invés de trabalhar pelo País, somente pensaram em se locupletar com o dinheiro do povo.
Estamos alertando a Sociedade nacional. Cuidado com eles! Não se conformarão com a perda do Poder e poderão partir para aventuras desesperadas.
Este é o nosso brado de alerta!

Cordialmente



Ivan Frota.



Alamar Régis Carvalho - www.redevisao.net - alamar@redevisao.net

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