O TRABALHO DIGNIFICA O HOMEM
“Nas experiências
de pressões psíquicas, passados os momentos de maior assédio, será oportuno
investigar as causas de semelhantes em si mesmo”. (Wanderley Oliveira).
Existem
vários definições, ou tipos de trabalho, e nessas nuanças você pode ou não está
inserido. “O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma
necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe
aumenta as necessidades e gozos.” O trabalho é uma lei natural de Deus e o meio
imposto ao homem para aperfeiçoar a sua inteligência, assegurar o seu
progresso, o seu bem-estar e a sua felicidade. Define-se também, como e
exercício material ou intelectual para fazer ou conseguir alguma coisa.
Refere-se ao esforço, a labutação, a lida e a luta. Qualifica-se no esmero que
se emprega na feitura de uma obra.
A própria
obra que se compõe ou faz. Produto da multiplicação de uma força pela distância
percorrida pelo ponto de aplicação, na direção da força, essa definição está
mais condizente com a física. Se usarmos a mecânica, o trabalho será a ação ou
resultado da ação de uma força. Já na filosofia o trabalho será o fenômeno orgânico
que se opera no âmago dos tecidos, ou os exames, discussões e deliberações de
uma corporação. As aflições, os cuidados, os empreendimentos são causas ou
ações do trabalho.
O
trabalho é o instrumento de nossa autorrealização, suprimi-lo equivaleria a
sustar o progresso individual e, consequentemente, a evolução da Humanidade. O
trabalho nunca será um castigo, mas sim um meio regulamentar ou regenerador
pelo qual se fortifica e eleva a humanidade. O trabalho pode ser considerado um
refúgio contra as aflições que dominam o mundo. O escritor e filósofo suíço
Alain Botton defende a filosofia como forma de “nos explicar a nós mesmos” e
traz para o Brasil o projeto Escola da Vida. O trabalho com certeza faz parte
dessa fabulosa escola. “Quando um trabalho é significativo? Sempre que nos
permite gerar prazer ou reduzir o sofrimento dos outros. Embora nos ensinem a
pensar que somos inerentemente egoístas, o desejo de atribuir significado a
nosso trabalho é uma parte inata e inflexível de nossa composição, assim como
nosso apetite por status ou dinheiro”.
O
trabalho em tese, para o ser em processo de evolução, configura-se sob três
aspectos principais: material, espiritual e moral. Passemos então, a
sincronizar cada um deles: “Através do trabalho material, propriamente dito,
dignifica-se o homem no cumprimento dos deveres para consigo mesmo, para com a
família que Deus lhe confiou, para com a sociedade de que participa”. Já o trabalho espiritual exerce a fraternidade
com o próximo e aperfeiçoa-se no conhecimento transcendente da alma imortal. No
campo da atividade moral, lutará simultaneamente, por adquirir qualidades
elevadas, ou, se for o caso, por sublimar aquelas com que já se sente
aquinhoado. O inverso, ou o contrário do trabalho seria a preguiça total, pois
o ócio significa descanso, folga do trabalho, tempo que dura à folga, o lazer,
e o vagar. Podemos também aquilatar o ócio associando as palavras ociosidade,
mandriice, repouso ou mesmo a preguiça momentânea. A preguiça pode ser um tipo
de acomodação ou aversão ao trabalho. Seria a lei do menor esforço? Talvez!
Um
dos filósofos mais lidos no mundo e requisitados na atualidade pode-se dizer
que o escritor, filósofo e produtor suíço Alain de Botton está na moda. O seu
livro “Os Prazeres e Desprazeres do Trabalho” nos traz ensinamentos
maravilhosos sobre o trabalho. Na revista filosofia ele participa de uma
entrevista muito interessante e proveitosa sobre o trabalho. “Todo bom escritor
descobre aspectos memoráveis da experiência humana que, se não fosse por ele,
se dissipariam nas ondas de informações que continuamente inundam nossos
sentidos, e, ao fazê-lo, conduzem-nos a alargar nossa percepção e apreciar o
que está ao nosso redor”. Concluiríamos essa fabulosa sentença dizendo: “Consigas
um trabalho que te dê prazer e nunca te sentirás cansado”.
Se
nossa vida fosse dominada por uma busca da felicidade, talvez poucas atividades
fossem tão reveladoras da dinâmica dessa demanda, em todo o seu ardor e seus
paradoxos – como nossas viagens. Elas expressam – por mais que não falem – uma compreensão
de como poderia ser a vida, fora das restrições do trabalho e da luta pela
sobrevivência. No entanto, é raro que se considere que apresentem problemas
filosóficos – ou seja, questões que exijam reflexão além do nível prático. Esta
sentença está inserida no livro “A Arte de Viajar”. Não entendemos porque o
trabalho tem se tornado um tabu muito difícil de ser vencido pelos governos
capitalistas, e socialistas espalhados no mundo. A falta de trabalho pode se
transformar num câncer avassalador e levar qualquer potência a bancarrota. (falência
comercial; quebra; estado de insolvência).
Todo
governante que se preza deve investir na socialização, pois o fator integrante
do social estando forte, tudo transcorrerá sem nenhum percalço e sem motivo de
preocupação. A produção excessiva de qualquer natureza pode gerar desemprego,
pois a demanda nunca poderá ser altamente superior à procura, os níveis devem
ser bem dosados para não afetar a economia. “Tudo demais é veneno”.
Infelizmente, temos que dizer que nosso país é sobejamente procriador da
preguiça coletiva, visto que os governos assistencialistas viciam a população
menos aquinhoada com bolsas de várias tipificações, e como não somos
culturalmente desenvolvidos, a acomodação vem naturalmente. Quanto mais baixo
for a cultura, maior será a pobreza, pois quem recebe sem fazer força vicia-se
e dispensa qualquer trabalho. Sempre usamos a expressão: “Não dê peixe ao homem, mas
ensine- a pescar”. (grifo nosso). A violência hoje reinante no país, o
consumo de drogas, a prostituição de todos os matizes podem ser incluídas como
fator preponderante da falta de trabalho para a população carente. “Jamais
descobriremos regras de boa conduta que respondam a todas as questões que
possam surgir acerca de como os seres humanos seriam capazes de viver bem,
juntos e em paz. No entanto, a ausência de um acordo absoluto sobre a boa vida
não deve, em si mesma, ser o bastante para nos impedir de investigar e de
promover a hipótese de semelhante existência”.
A
evolução do homem permitirá um dia, que ele viva em paz consigo mesmo,
eliminando de sua vida o egoísmo, a inveja e o proveito próprio, Não saberemos
responder quando, no entanto, só depende desse ser criar o seu script e
desenvolvê-lo, sempre com os olhos voltados para o próximo, mas se ele quiser
tomar tudo para si à derrocada será o fim de tudo. Infelizmente, estamos caminhando
para esse triste azimute direcional. Se nós admitíssemos que o paraíso e a
alegria verdadeira estivessem aqui e agora em nossa consciência recuperada, que
o inferno está aqui e agora na ignorância e no medo que batem a nossa porta, na
incapacidade de renascer no tempo novo, na incapacidade de mudar contigo que
estás em mutação, na incapacidade de morrer do homem velho; se julgarmos que
nossos débitos foram pagos, então a felicidade atingirá a nossa visa e seremos
gratos ao Pai Maior por termos conseguido esse mérito.
Não é
essa nuvem benéfica que vemos e convivemos com ela. Os governantes e políticos
devem abrir a mente e o coração para proporcionar felicidade aos brasileiros e
exterminar a corrupção que gera infinitos males. Como Proust pode mudar a sua
vida? “Por que não apreciamos as coisas mais amplamente? O problema vai além da
desatenção ou da preguiça. Também pode derivar da exposição insuficiente a
belas imagens que sejam suficientemente próximas ao nosso mundo para nos guiar
e nos inspirar”. Como um povo desiludido poderia absorver esplendida lição? A
pergunta fica no ar. A Escola da Vida será inaugurada no Brasil em agosto de
2012. Rafael Rodrigues nos inspirou a colocar no papel as belíssimas ideias que
todos irão encontrar nas entrelinhas desse artigo.
Nunca
é demais qualquer referência de trabalho, fator de evolução e burilamento. O
trabalho será sempre o instrutor do aperfeiçoamento. Tire o homem do ócio
coletivo e presenteio com trabalho, pois além do crescimento individual haverá
o crescimento coletivo. O trabalho salvacionista não é exclusividade da
religião; constitui ministério comum a todos, por que dia virá em que o homem
há de reconhecer da Divina Presença em toda parte. A realização que nos compete
não se filia ao particularismo; é obra genérica para a coletividade, esforço do
servidor honesto e sincero, interessado no bem de todos. (O Espiritismo de A /a/
Z da FEB - Federação Espírita Brasileira). Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-
MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AVSPE- DA AOUVIRCE E DA ALOMERCE
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