UM
INVENTO MALTRATADO, QUE SE TRANSFORMOU EM COMÉRCIO MIDIÁTICO...
“Viver
o presente real é a forma mais certa de se viver no mundo da realidade feliz. O
passado é o presente que se foi; o futuro é o presente que virá; só o presente
é a realidade concreta construtiva e promissora. A criança vive o presente
feliz, o jovem sonha no presente o idoso rememora suas experiências do passado,
o adulto converge o passado, presente e futuro. É o ciclo da vida”. (Chico
Xavier).
A sensibilidade é uma
potencialidade admirável e invencível quando bem orientada e elaborada. Para
obtermos sucesso em todos os planos, é preciso que haja um grande e excelente
planejamento. Para muitos seres humanos
a vida pode se transformar em fonte de grandes problemas e mistérios, frustrações
e sofrimentos, se não for bem integrada. Ficamos a pensar como determinados
seres humanos, saem da sua condição estrutural de vida e, passam a arrecadar
mais frutos, sem que um ordenamento seja feito, para que a complicação não se
torne em fonte de desgostos inusitados.
Começamos com esse
preâmbulo, para falarmos de um fiel escudeiro, superlotado de surpresas. A
sinonímia dessa bela palavra significa o individuo armado de lança e escudo,
que fazia guarda aos imperadores, bem como, ao mancebo que transportava o
escudo do cavaleiro a quem servia. Refere-se a criado particular ou fidalgo que
às vezes regia terras e era guarda de castelos. Uma caixinha que fala que
encanta a todos, desde as crianças aos senhores de tenra idade.
Um adolescente e algumas
crianças de olhos fixos e abugalhados diziam: mais como pode essa caixinha de
aspecto bonito e suave, mesmo sem fios falar? Indagavam com certo espanto: só
pode ser milagre! Se milagres existem a ciência não pode comprovar. Nesse caso,
porém, o milagre estava na tecnologia. A ciência ou tratado, acerca dos ofícios
e das artes em geral, com aplicação dos conhecimentos científicos à produção em
geral. Na realidade a caixa a que nos referimos
nada mais é do que o rádio a pilha. A voz, a música, os sons de um modo geral,
que saem do interior das caixinhas encantam e nos dias de calor, nas madrugadas
frias e calorentas, no verão ou no inverno e em todas as estações do ano, esse
invento maravilhoso é o companheiro ideal de todos, para suprimir as
preocupações e as tristezas que nos acometem.
Através de ondas médias,
curtas e frequências moduladas o som transforma-se em algo maravilhoso, de
encantamento puro e de importância sem medidas. É de bom alvitre a companhia do
rádio, seja grande ou pequeno, ele transmite os grandes espetáculos, as grandes
tragédias, e assim vamos aos confins do orbe se inteirando do que acontece.
Aproxima os povos, desperta a atenção por línguas diferentes e nos leva a
imaginar como será a vida em determinados países. Senhoras e senhores nosso
alô, estamos no ar, tudo bem!
O Professor Edgard Roquete -
Pinto é considerado um dos mais acreditados cientistas e intelectuais do nosso
País; possuía inúmeros títulos, mas o que mais gostava e o deixava envaidecido
era o de professor. Grande homem, grande personalidade, antropólogo, médico,
compositor, poeta e etnólogo. Etnologia
é a ciência que trata da divisão da humanidade em raças, sua origem,
distribuição e relações, bem como das particularidades que as caracterizam.
Abrange a antropologia
cultural ou social que inclui o estudo comparativo e analítico das culturas e
exclui a matéria de arqueologia e antropologia física. Nasceu no Rio de
Janeiro, a 25 de setembro de 1884, na Rua Voluntários da Pátria, no bairro de
Botafogo e faleceu na mesma cidade, a 15 de outubro de 1954, num pequeno
apartamento do Edifício São Miguel, em Copacabana, pertencia a Academia
Brasileira de Letras. Sua vida foi dedicada ao homem brasileiro. Em 1923, fundou a Sociedade Rádio do Rio de
Janeiro PRA-2, e em 1927, a PRD-5 Rádio Escola Municipal, da prefeitura do Rio
de Janeiro, posteriormente Rádio Roquete Pinto. Morreu aos 70 anos de idade
quando escrevia em sua máquina de datilografia um artigo que não chegou a
concluir: “Aquele que conhece aquele que cria aquele que ama...”. (Grifo
nosso).
O dia do rádio foi criado em
homenagem a esse grande homem e refere-se à data de seu nascimento em 25 de
setembro de 1884. Citamos agora algumas nuanças que tem como ponto central o
rádio: “Uma voz bela e suave soa do outro lado do nosso écran. O rádio provoca
uma aceleração da informação que também se estende a outros meios”. Reduz o
mundo a uma aldeia (...). Mas, ao mesmo tempo em que reduz o mundo a dimensões
de aldeia, o rádio não efetua a homogeneização dos quarteirões da aldeia. “Bem
ao contrário”.
Ganhar contornos lentamente,
popularizar as transmissões essa era a missão inicial do rádio. Embora, a
indústria fonográfica já existisse desde o final do século 19. Elba Dias da
Rádio Clube do Brasil, no Rio de Janeiro se tornava musa do rádio. Incentiva
cantores nessa fase embrionária, foi nesse período que surgem figuras
exponenciais como Francisco Alves e Mário Reis. Surge então o interesse pela
produção de discos e de espetáculos. O popular vai dando lugar ao erudito, a publicidade
começa dar o ar da sua graça, fazendo com que o grande Roquette Pinto e Henry
Moritze, desse um largo passo para a massificação pela busca incessante de
anunciadores.
A
publicidade surge em 1º. De março de 1932, pelo Decreto nº. 21.11, que estipula
o máximo de 10% de veiculação comercial sobre toda programação da emissora. O
elenco fixo no rádio surge pelos idos dos anos 30. Surgem os artistas
exclusivos, as radionovelas, programas humorísticos e programas de auditórios.
Surge então à comunicação de massa em 1940, no Estado Novo, a Rádio Nacional do
Rio de Janeiro, alça o rádio à condição de veículo de massa, conforme o gosto
dos ouvintes, sempre na busca excessiva dos grandes comerciais. (Grifo nosso). A
radiodifusão é uma palavra de nossa língua equivalente em inglês a
broadcasting, cuja sinonímia está relacionada a algo como semear aos quatro
ventos. É isso que o rádio faz a emissão de sinais através de ondas
eletromagnéticas. Existe diferença entre rádio e radiodifusão? Sim. Rá de
radi (o)-1 + difusão, televisão e rádio, Transmissões por meio de ondas
radioelétricas, de notícias, programas, etc., destinada à recepção pública.
Compreende a radiodifusão
sonora (o rádio) e a radiodifusão de sons e imagens (a televisão); emissão e
transmissão de som e de imagens por meio de ondas radioelétricas;
radiocomunicação. Já o rádio tem aspectos diferenciados, como radiofonia,
onde se destacam o radioator e a radiocultura. Pode ser também um meio de
comunicação que utiliza emissões de ondas eletromagnéticas para transmitir a
distância mensagens sonoras destinadas a audiências numerosas. A radiotelefonia
usa a mesma tecnologia, transmissão de voz sem fios e passou a ser utilizada,
na forma que se convencionou chamar de rádio.
Isso pelos idos de 1916, quando
o Russo radicado nos Estados Unidos da América do Norte David Sarnoff anteviu a
possibilidade de cada indivíduo possuir em sua casa um aparelho receptor. Com
audiência ampla, heterogênea e anônima sua mensagem é definida por uma média de
gosto e tem, quando transmitida, baixo retorno (realimentação). O Padre Gaúcho
Roberto Landell de Moura, mesmo trabalhando anonimamente, pois a igreja
intervia em assuntos de tecnologias ou ciências, pois para os religiosos era
coisa demoníaca fabricou a sua replica do rádio, no entanto, quando em viagem
para os Estados Unidos da América do Norte para registrar sua patente, foi
infeliz, pois Guglielmo Marconi já havia registrada a sua patente.
Para nos brasileiros o rádio
foi inventado pelo padre Roberto Landell de Moura, visto que a replica de
Marconi só transmitia sinais do Código Morse e a do padre Landell transmitia a
voz. Como todos podem observar o rádio pode ser considerado um dos maiores
inventos da humanidade. Sua história é bonita e vários cientistas estiverem
trabalhando para melhorar a sua qualidade. O rádio vive e jamais irá acabar
mesmo com a qualidade abaixo do nível de uma grande maioria de pretensos
profissionais. Rádio é cultura e não existe lugar para pornografia e
pornofonia. Alguns radialistas usam-nas para angariar audiência sempre com a
desculpa de que o “povão” gosta. Outro crime que estão cometendo é a venda
desordenada de horários a preços de ouro.
O rádio passou de veículo
transmissor de notícias a comércio, visto que a concessão pública está em mãos
de políticos e empresários e os que querem uma qualidade melhor de programação
estão de mãos atadas, pois o difícil é punir políticos e empresários desonestos
nesse País. As rádios Comunitárias já
aderiram ao “boom” do momento que é o lucro que vai para os bolsos de
coordenadores e diretores. Com a venda de horários a Carteira do Trabalho dos
profissionais ficou em desuso.
O que fazer senhores
responsáveis pela comunicação no Brasil? Os radialistas deveriam ser
possuidores de no mínimo de curso técnico e não permitir que os Sindicatos
promovam cursos relâmpagos para radialistas. Reynaldo C. Tavares um grande
estudioso no assunto fala com muita propriedade sobre esse belíssimo meio de
Comunicação. Michael Faraday - 1881 descobre o princípio da indução
eletromagnética; Joseph Henry – realiza experimentos com descargas elétricas;
James Clarck Maxwell – 1865 presume que um movimento ondulatório se propaga de
um campo indutor ao induzido através do éter; Maxwell – 1876 teoriza que a
velocidade de propagação do campo magnético é igual à velocidade da luz e que
esta, portanto, seria uma onda eletromagnética.
Já David E. Hughes – 1879 observa
uma limalha de ferro em um tubo de vidro se tornar condutora na presença de uma
descarga elétrica. Incerto da descoberta, não a publicou. Edouard Branly – 1880
anuncia a invenção de seu revelador de ondas (cohesor), composto de limalha de
ferro entre dois condutores, dentro de um tubo de vidro. Graham Bell e William
H. Preece – 1882 transmitem sinais telegráficos através da água do mar, entre a
Inglaterra e a ilha de Wight; Heinrich Rudolph Hertz – 1887 compara a teoria de
Maxwell de que as ondas eletromagnéticas se propagam através do éter na mesma velocidade
da luz. Preece – 1892 envia sinais telegráficos através do canal de Bristol. Joseph
Oliver Lodge – 1894 repete as provas de Hertz usando o “cohesor” de Branly como
detector; Alexander Stepanovitch Popov – 1895 Constrói um aparelho receptor para
detectar distúrbios elétricos atmosféricos e Guglielmo Marconi – 1896 faz transmissão
de sinais de telégrafo sem fio, no terraço do “English Telegraphy Office, em
Código Morse”. Segundo o portal são francisco.com.br/ o
episódio, até hoje lembrado e discutido por estudiosos da Comunicação, marcou o
apogeu do rádio e seu poder de influência.
A partir de então políticos, homens de marketing e
publicitários viram que estavam diante de um instrumento que poderia
influenciar milhões, e não por acaso o rádio foi bastante usado como máquina de
propaganda nos anos anteriores e durante a Segunda Guerra, tanto por nazistas
como aliados, os dois lados em guerra dispostos a manipular corações e mentes
em prol de uma ideologia vencedora. A história mostra que a chegada de uma nova
mídia não necessariamente implica no fim das anteriores. Com a chegada da
televisão, o rádio perde seu apogeu e poder de influência.
O baque foi profundo, mas ele se reinventou
escorando-se no tripé jornalismo/prestação de serviços, esportes e
entretenimento - este último representado pela música gravada, já que, como a
transferência das verbas publicitárias para a televisão, as rádios perderam
seus fabulosos castings, atraídos agora pelos programas de auditório
televisivos, que pagavam melhor. A partir de então, o veículo teve que investir
na segmentação, reformulando suas programações para atingir cada público-alvo
em particular, tornando-se quase um "amigo íntimo" de quem estava em
casa ou no trabalho - até hoje o rádio e seus locutores são a única companhia
de milhares de solitários mundos afora, que abrandam a solidão ao escutar seus
programas favoritos.
Robério Martins afirma que: “Hoje temos rádios com
as mais diversas linhas de programação, Há desde as emissoras em FM cujo foco é
a música, até aquelas que se propõem a levar uma programação 24 horas de notícias,
também chamadas de "all news". Para quem duvida do poder de
influência das rádios, elas ainda hoje são bastante procuradas por políticos
interessados num "upgrade" em suas carreiras, e há muitas emissoras
cujos donos são deputados e senadores, que utilizam o espaço no dial como uma
espécie de palanque eletrônico. Há também as inúmeras rádios arrendadas por
igrejas evangélicas na busca midiática pelo aumento dos fiéis. Tudo isto só
comprova que as ondas sonoras do rádio ainda estão vivas e fortes junto à população”.
Apenas para confirmar o que dissemos nas entrelinhas, e com certeza será muito difícil
mudar o rumo que o rádio tomou hoje, já que no Brasil a seriedade não existe. Pense
nisso!
ANTONIO PAIVA
RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AVSPE- DA AOUVIRCE- DO PORTAL CEN- DA
ALOMERCE.
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